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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

RESUMO - O USO DO INSTRUMENTAL TÉCNICO NO PROCESSO AVALIATIVO

O uso do instrumental técnico é imprescindível no trabalho, pois viabiliza o trabalho a ser desenvolvido e estabelece uma relação profissional, onde há uma intencionalidade.
O profissional deve estar sempre atento a linguagem que utiliza e aos objetivos de sua avaliação ao se apropriar de algum instrumento. Os instrumentos dos profissionais das áreas humanas são variados, e servem de apoio ao trabalho a ser desenvolvido.
O conjunto de técnicas articulado aos instrumentos é conhecido como instrumental, que permitirá a operacionalização, contribuindo assim para um melhor desempenho profissional. O uso do instrumental pressupõe interações comunicativas, que permitirá o profissional conhecer melhor a demanda. Essas interações comunicativas podem ser feita através de entrevistas, visitas domiciliares, laudos, relatórios entre outros.

INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COMUNICAÇÃO ORAL
ENTREVISTA
A entrevista vai nortear o trabalho profissional, permitindo que ele ouça muito e fale pouco, afim de direcionar as falas do usuário pára articulá-la com os objetivos do seu trabalho. Os conselhos e críticas devem ser evitados e as reflexões estimuladas. O profissional deve estar sempre atento as peculiaridades da linguagem de seus usuários, pois elas contem informações importantes para o processo da avaliação.
Cabe fomentar que a linguagem não é expressa somente pela fala, mas também por olhares, gestos e até mesmo o tom de voz. O silêncio também permite a comunicação de mensagens, neste sentido, o profissional deve aguardar e deixar que o usuário retome a fala, não interrompendo-o. Existem instituições que tem objetivos muito específicos, como por exemplo, seleção de candidatos a determinadas atividades, neste caso é comum que a entrevista possua um roteiro. No entanto, este roteiro não deve adquirir a forma de um questionário, mas sim um norteador da ação do profissional.
Existe profissionais que no decorrer da entrevista anotam dados importantes dos relatos, neste caso, o profissional deve solicitar a permissão do usuário, e explicar os motivos de sua anotação, e se esta solicitação for negada, cabe ao profissional respeitar a decisão do entrevistado.
As entrevistas podem ser livres, dirigidas, semidirigidas ou devolutiva. As entrevistas livres são mais utilizadas em acompanhamentos individuais, onde o ponto de partida é a interação, onde o contato com o usuário é mais sistemático. As entrevistas dirigidas possuem um objetivo específico e por isso fazem muitas perguntas. Nas entrevistas semidirigidas o entrevistador deixa o entrevistado falar e direciona essas falas aos objetivos da entrevistas, é o meio termo entre as livres e dirigidas. A entrevista devolutiva possui grandes benefícios, pois ela permite que o entrevistado reveja sua postura, suas opiniões diante de determinadas questões abordadas pelo entrevistador.

GRUPO
O grupo permite que o profissional trabalhe com um maior número de pessoas, este, requer treino e habilidade profissional. O profissional deve tomar cuidados semelhantes aos da entrevista, usar a criatividade, ser um bom observador, ter paciência, saber ouvir o silêncio sem fazer interrupções, estar atento a conversas paralelas, ao destaque de um só componente no grupo, está envolvido com leituras, possuir uma capacidade de fazer avaliação crítico-reflexiva das posturas adotadas e saber supervisionar.
Neste caso, o coordenador do grupo pode usar de dinâmicas de grupo para aquecer a reunião, porém não pode deixar de lado o processo reflexivo, originário das falas dos componentes. A condução do grupo pode ser diretiva, ou não-diretiva. A diretiva tem objetivos específicos enquanto a não-diretiva é mais utilizada pois propicia a autonomia e reflexão do grupo.
Na condução não-diretiva, o papel do coordenador é coordenar as reuniões, pois o grupo caminha conforme seus objetivos e necessidades. Neste caso, o profissional deve devolver dúvidas ou indagações dos participantes para que eles mesmos cheguem a conclusões.
Muitas vezes quando trabalhamos com grupos onde há muitos membros, a atividade assume um caráter de palestra, o que não pode ser considerado assim um trabalho em grupo, pois esta, serve para orientar ou informar, por isso, é necessário fazer um roteiro e estudar o tema a ser abordado, para evitar que a palestra se alongue, ou cansativa.

REUNIÃO DE EQUIPE
As reuniões de equipe são muito utilizadas com o objetivo de estudar, avaliar discutir e solucionar problemas da equipe.
Nestas reuniões é aberto o espaço para a reflexão e estudos de temas abordados no trabalho que vem sendo desenvolvido, contribuindo assim para superar as tramas do cotidiano institucional, fortalecer a equipe e melhorar o desempenho do grupo afim de fazer um melhor trabalho com e para seu usuário.
É necessário que haja uma pauta com os assuntos a serem abordados para que os objetivos da reunião não se percam, fazendo anotações para sistematizar o que foi discutido e para contribuir nas próximas reuniões. Cabe ressaltar que a periodicidade das reuniões de equipe, variam de acordo com as instituições, pois cada uma possui características próprias.

VISITA
O objetivo da visita é complementar os dados, observando a singularidade das relações sociais, quer seja no lar, escola ou outro espaço em que o usuário efetive suas relações sociais. A visita jamais pode ser invasiva, mesmo sendo de inspeção. A visita é um instrumento de avaliação que traz em si juízos de valor, e é necessário que o profissional tenha muito respeito ao efetuá-la, não julgando, por exemplo, a existência de materiais supérfluos como sendo de prioridade não essencial ou desperdício.
Vale ressaltar que a visita pode resultar num instrumento escrito de comunicação, pois geralmente é elaborado relatórios de visita.

VISITA DE INSPEÇÃO
As visitas de inspeção são realizadas com a finalidade de verificar o trabalho que é desenvolvido nas instituições, como por exemplo, se elas atendem aos objetivos a que se destinam, se as instalações vão de encontro ao seu pleno desenvolvimento. A visita de inspeção requer do profissional um certo estudo do Estatuto, respeito aos dirigentes das instituições e aos visitados. Os profissionais devem estar atento em avaliar e não julgar. Essas visitas contribuem numa melhoria dos serviços prestados para a população usuária.
As visitas de inspeção conseguem diagnosticar as vantagens e limitações de determinada instituição, com o objetivo diminuir as falhas, para que os atendimentos sejam feitos da melhor maneira possível.

A IMPORTÂNCIA DA OBSERVAÇÃO NO MANEJO DOS INSTRUMENTOS
O profissional de serviço social pode utilizar de todo o recurso técnico da profissão para exercer o seu trabalho, porém se não for um bom observador, não conseguirá analisar, somente usará instrumentos técnicos. A observação caminha juntamente com a linguagem, ou melhor, com as linguagens, pois engloba toda uma instrumentalidade, não somente uma técnica, mas todo o potencial a ser desenvolvido.
A avaliação não é considerada como um instrumento, devido o ato de avaliar ser inerente ao trabalho desenvolvido por profissionais das áreas das ciências humanas, porém o registro de uma avaliação é sim considerado um instrumento de trabalho, pois este comunica os resultados do processo avaliativo ao universo institucional.

INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COMUNICAÇÃO ESCRITA
Quando a linguagem ganha uma consubstancia em um laudo ou relatório, ela passa a corporificar em um instrumento de comunicação escrito. O laudo e relatório são muito tênues e por isso pode causar dúvidas. Eles são resultados de avaliações e estudos, que ganham uma forma escrita, e assumem um papel de intervenção indireta. É através dos conteúdos dos laudos ou relatórios que muitas decisões e providências são tomadas.

RELATÓRIO OU LAUDO?
O relatório e o laudo possuem algumas semelhanças, e acaba dificultando um pouco a sua diferenciação. Apesar de possíveis semelhanças, seus significados apresentam algumas diferenças:

DO PONTO DE VISTA LÉXICO
Este estudo se refere a algo que se quer conhecer, por meio do exame detalhado e da observação, é a pesquisa sobre determinado assunto. O relatório é a descrição do estudo feito, é um parecer, exposição de circunstâncias, fatos ou objetos.
O laudo contém opinião conclusiva do que foi estudado, é um documento escrito sobre determinado assunto. Ele envolve a opinião de técnico relativa, ou seja, uma avaliação mais detalhada do que foi estudado. É portanto, um documento escrito em que um árbitro ou perito responde a todos através do seu parecer emitido a todos que lhe foram propostos pelas partes interessadas e pelo juiz.

DO PONTO DE VISTA JURÍDICO
Estudo e relatório, de acordo com o ponto de vista jurídico, não têm significado específico, e o laudo seria, a exposição feita por escrito, pelos peritos, das conclusões obtidas em relação ao que foram consultados, conforme o Código de Processo Civil.
Segundo o Código de Processo Penal e o Código de Processo Civil, a perícia seria um meio de prova consistente no parecer técnico da pessoa habilitada. O exame, a vistoria e avaliação são espécies de perícia.
Já o parecer, é o estudo de aspectos de uma lei ou de um caso jurídico, é uma opinião fundada, ou seja, opinião de um técnico, arbitrador, perito sobre assunto de sua especialidade.

LAUDO E RELATÓRIO: UMA TÊNUE DIFERENÇA
Existem semelhanças e diferenças entre um laudo e um relatório. Tanto um quanto o outro, resultam de um estudo feito, e necessitam de uma avaliação profissional, podendo apresentar um parecer sobre o que foi analisado. A diferença entre ambos está na natureza da fundamentação técnica do parecer. O laudo é fundamentado em analises e deve ser conclusivo, contendo assim sugestões ou diretrizes.
O relatório, de maneira geral, pode ser referente a visitas realizadas, a uma pesquisa, ou as apresentações das atividades desenvolvidas em determinado setor, pode conter ainda informações sobre determinadas situações a serem tomadas ou justificar encaminhamentos.
O conteúdo de um relatório pode conter subsídios para uma primeira tomada de conhecimento, extrapolando assim o burocrático, devido a isso, não basta apenas encaminhar ou informar, mas explicitar as razões pelas quais foram avaliados - ainda que de modo breve -caso contrário, será apenas um informe e não um relatório.
O laudo é um instrumento muito utilizado na área jurídica devido as suas particularidades, pois apresenta uma linguagem técnica e segue a exemplaridade da língua.
Em suma, relatórios e laudos são sempre conclusivos, são frutos de um estudo avaliativo e comunicam o trabalho realizado e as intervenções feitas, podendo conter também parecer e sugestões.

TIPOS DE RELATÓRIOS
Existem diversos tipos de relatórios, como por exemplo, relatórios de informação, de acompanhamento, de inspeção, de visita domiciliar entre outros. Existe também os relatórios de pesquisa, que geralmente tem o objetivo de apresentar resultados de uma pesquisa em desenvolvimento.

RELATÓRIOS INFORMATIVOS
Este relatório tem o objetivo de informar os fatos importantes ou dados, podendo ser utilizados no decorrer de um processo de acompanhamento, para informar algum fato novo ou urgente, podendo ainda ser utilizados nas atividades de triagem.

RELATÓRIOS CIRCUNSTANCIADOS
São denominados relatórios circunstanciados, aqueles relatórios informativos, que são feitos em situação de emergência, como por exemplo no caso de uma criança que se encontra em situação de risco, precisando ser abrigada em uma determinada instituição. O parecer é apresentado imediatamente ao juiz, e o laudo relativo, é elaborado após um estudo mais acurado, é elaborado posteriormente.

RELATÓRIOS DE VISITA DOMICILIAR
Estes relatórios resultam de visitas dos profissionais à casa das pessoas, a escolas, creches, abrigos, ou seja, onde os usuários interagem com outras pessoas. Este relatório pode conter informações descritas de um determinado domicílio, ou ainda, aspectos analíticos. Os dados contidos no relatório de visita domiciliar devem ter descrições objetivas e apresentar subsídios significativos para a formação de juízo da situação, de maneira que não canse o leitor. Devem ser evitados detalhes, e o profissional deve focar apenas o que é relevante para que aos objetivos da avaliação possam ser alcançados.

RELATÓRIOS DE ACOMPANHAMENTO
Este relatório traz informações, e também envolve a intervenção profissional com o usuário. Ele tem a finalidade de registrar os resultados da intervenção, quer sejam negativos ou positivos. É um instrumento de natureza avaliativa, voltado ao próprio profissional que realiza os atendimentos.
Em muitas instituições esses relatórios não são elaborados, pois os registros de acompanhamento são feitos em prontuários ou fichários, onde contêm dados mais essenciais para dar visibilidade no que diz respeito à intervenção profissional.

RELATÓRIOS DE INSPEÇÃO
Este relatório deve contar com a exposição e a descrição daquilo que foi observado na visita e conter um parecer da questão avaliada, como por exemplo, as possibilidades do que se pode ser feito para dirimir algumas falhas, com os objetivos que pretendem alcançar, e as providencias a serem tomadas. É necessário que os objetivos destes relatórios estejam coadunados de acordo com os estatutos que regem determinada instituição, por exemplo, uma instituição que trabalha com crianças e adolescentes, deve estar atento ao ECA – Estatuto da Criança e Adolescente.

OS LAUDOS
Os laudos resultam do estudo acurado sobre uma determinada problemática, geralmente são mais utilizados no universo forense. A elaboração do laudo é feita por profissionais que atuam em áreas nomeadas pela determinação judicial, ou seja, o laudo é elaborado por “um perito em determinado assunto”. O parecer do laudo difere do emitido no relatório, pois necessita de uma análise mais aprofundada. O laudo precisa ir mais além do descrito, precisa analisá-las. Não basta apenas descrever situações, mas olhar a fundo cada uma delas, analisá-las com uma certa ótica do saber, ou seja, a luz de conhecimentos específicos do campo de atuação.
É necessário ter subsídios teóricos, conhecimento específico do campo onde foi determinada a realização do estudo para que se possa elaborar um laudo. O laudo não está vinculado apenas ao uso do bom senso, mas depende de toda uma “bagagem” de conhecimentos, de leituras, de instrumentos apropriados, tempo para análise, para a avaliação e também tempo para leitura e elaboração de textos.
Através dos relatórios ou laudos é que se cristaliza a ação efetivada, podendo construir ou destruir identidades profissionais.

A PRODUÇÃO DE UM TEXTO: ESTRATÉGIAS DE REDAÇÃO E CONTEÚDO DAS MENSAGENS
REFLEXÕES INICIAIS
A produção de textos específicos exige competência textual e técnica, ou seja, exige a capacidade de produzir, reconhecer e interpretar textos coerentes, e resumir textos, percebendo os limites, a completude ou incompletude de um texto.
Muitas instituições em seu espaço de atuação exigem a cotidianidade do exercício escrito, como por exemplo, as instituições forenses. Os profissionais utilizam do exercício escrito para elaborarem relatórios ou laudos, e muita das vezes existe uma sensação de obrigatoriedade, idêntica à dos alunos na hora de redigirem uma redação, por isso, alguns profissionais não gostam muito de escrever ou sentem dificuldades.
Os profissionais da área de serviço social produzem textos diariamente, o que fazem deles interventivos, reforçando assim suas identidades profissionais. Escrever relatórios ou laudos faz parte da realidade de muitos profissionais, o que pode até mesmo tornar-se alienante, e para superar esta sensação de alienação é necessário que os profissionais pratiquem a leitura, de maneira a enriquecer o vocabulário, mantendo também contato com a linguagem escrita, desenvolvendo uma capacidade crítica em relação à eficiência comunicativa dos textos.

ESTRATÉGIAS NO USO DA COMUNICAÇÃO ESCRITA
O profissional precisa criar estratégias que tornem o ato de escrever mais agradável e que não tenha um caráter de obrigação, racionalizando o seu tempo de trabalho e dando uma maior objetividade a seu texto.
Para dirimir possíveis dúvidas uma das estratégias é usar o dicionário e a gramática, porém a elaboração de laudos e relatórios não se baseiam apenas em ortografia, mas num pensamento ordenado e que contenha um objetivo definido em relação a mensagem que se quer emitir.
Para os profissionais que não desenvolveram o hábito da leitura, a estratégia está em ler em voz alta os seus escritos para que possam estar detectando excesso de rimas, repetições e usos de pontuação que mude o sentido da mensagem. Outra estratégia é a elaboração de idéias, através de um roteiro que norteie a objetividade do texto. O roteiro serve para evitar esquecimentos ou desvios em relação ao que se propõe avaliar e analisar.
Os profissionais das áreas humanas e sociais interagem diretamente com seus usuários, obtendo dados que vão além dos objetivos de sua avaliação, por isso é necessário que os profissionais estejam atentos ao objetivo para que não percam o foco, e nem produzam textos quilométricos; é preciso ter leveza e coerência para que o leitor não se canse.

CARACTERÍSTICAS DO CONTEÚDO DE UM BOM TEXTO
As redações, independentemente dos objetivos das mensagens a serem transmitidas pressupõe idéias encadeadas, uma introdução, desenvolvimento e conclusão. Os relatórios e laudos não fogem a essa regra, sempre iniciam com uma breve descrição da questão a ser avaliada para que o leitor possa se situar, analisar e até mesmo avaliar. É necessário que essa avaliação esteja centrada na demanda institucional, ou seja, uma avaliação a fim de esclarecer determinadas questões ou subsidiar tomadas de decisões, com isso é importante ler ou ouvir os motivos da demanda avaliativa.
A avaliação problemática deve evitar o senso comum e se centrar nos aspectos do saber profissional, para tanto é necessário muito estudo, muita leitura e muita troca entre profissionais.

A FORMA TEXTUAL DOS RELATÓRIOS E DO LAUDO
OS RELATÓRIOS
Os relatórios apresentam uma diversidade entre si, quer seja no conteúdo ou nos objetivos da mensagem.
Os relatórios informativos comunicam implicitamente uma avaliação profissional, não havendo necessidade de um texto detalhado ou longo, e não contemplam necessariamente uma análise, mas pode, no entanto, conter uma conclusão. Os relatórios informativos contêm uma riqueza de dados de identificação como, por exemplo, identificações pessoais, de moradia, fazendo parte de um cabeçalho e não do corpo do texto, podendo ser também elaborado no decorrer de acompanhamentos efetuados no âmbito judicial.
Já nos relatórios de acompanhamento, a mensagem é dirigida ao próprio profissional que o elaborou, admitindo uma comunicação menos interativa com o universo institucional. O objetivo dos relatórios de acompanhamento é dar ciência a outro profissional da avaliação efetuada, por isso não é necessário que seja muito detalhado.
Os relatórios de visita visam mais a parte avaliativa e descritiva do contexto relacional ou sócio-familiar, servindo de apoio a avaliação final, por isso não contém conclusões. Deve-se evitar o uso de impressões de cunho pessoal e não profissional, pois estes não fazem parte dos objetivos de uma visita domiciliar. Os relatórios de uma visita implicam a avaliação sob o ponto de vista de um profissional, ou seja, de determinada área de competência.

O LAUDO
Embora o laudo seja mais completo, não significa que deve ser extenso, mas que contenha uma análise fundamentada, que servirá de base para a avaliação que dará origem ao parecer. O laudo deve apresentar no cabeçalho do seu texto os instrumentos utilizados no decorrer da avaliação e os participantes do processo interventivo, já os dados avaliativos fazem parte do corpo do texto do laudo contendo análises da problemática. Quando as falas dos entrevistados se mostrarem esclarecedoras das análises, elas devem ser transcritas pelo profissional, utilizando sempre as aspas.
Alguns marcos da história de vida que forem significativos poderá ser também dados importantes de análise, sendo relatado de maneira breve para melhor entendimento da situação e da análise profissional. O histórico de vida faz parte da introdução do texto, o desenvolvimento assume características de análise e a avaliação final encaminha para a conclusão, que pode também resultar em sugestões. Desta forma, é importante ressaltar que o texto deve estar sempre coerente, claro e ter começo, meio e fim.

O QUE IMPORTA SINALIZAR NUM TEXTO AVALIATIVO?
De modo geral, importa a análise do ponto de vista da área de competência profissional, que deve evitar um simples relato descritivo. Vale ressaltar que o conteúdo do texto afina-se analiticamente com as diversas áreas de competência. Cada profissional, como por exemplo, assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, embora observando o mesmo fato e apropriando-se de outros saberes, encaminham suas análises pontuando mais explicitamente a ótica de suas respectivas áreas de competência. Com isso, a elaboração de um roteiro é muito importante para nortear o que deve ser sinalizado no texto, e conseqüentemente, deve ser pensado em conjunto pela equipe de trabalho, não podendo ser rígido.

O CONTEÚDO
CABEÇALHO E ENCAMINHAMENTO DO TEXTO
Tanto os laudos, como os relatórios precisam ter inicialmente um cabeçalho, onde se registra o setor responsável pela avaliação e o título dos instrumentos. No que diz respeito ao relatório, evidencia-se o tipo: de visita, de acompanhamento, informativo... Conforme a instituição e os objetivos da avaliação, são necessários dados de identificação, que podem ser mais ou menos detalhados; em alguns casos como nos fóruns, o número de processo e da Vara ao qual o cartório responsável pertence, e/ou apelidos, são muitas vezes dados importantes.
Os dados constantes do cabeçalho servem como uma breve identificação dos principais envolvidos no processo avaliativo, como por exemplo, nome, endereço, número de documento entre outros. O cabeçalho, ainda pode conter dados como, por exemplo, o instrumental utilizado, qual seja, número de visitas, dinâmica de grupo, entrevistas. É importante que esses dados não se alonguem desnecessariamente e que fiquem sempre visíveis.

ENCAMINHAMENTO DO TEXTO AO SEU DESTINATÁRIO FINAL
A avaliação do encaminhamento sempre é feita para determinado setor ou pessoa de uma instituição. O destinatário da comunicação efetuada nos autos, no caso de um espaço forense é o juiz, devido a isso, é necessário uma maior formalidade e adequação no tratamento utilizado. De maneira geral, o encaminhamento vem logo após os dados de identificação.
Os encaminhamentos vão seguir muitas vezes sob a forma de ofício, quando se tratar de uma comunicação interinstitucional, sendo endereçado à chefia do setor responsável pela solicitação ou a quem se deseja encaminhar o texto.

RELAÇÃO ESTABELECIDA COM OS USUÁRIOS: CLIMA
No decorrer do processo avaliativo, alguns profissionais costumam fazer referências iniciais à sua percepção quanto ao comportamento e postura dos envolvidos, iniciando seus textos com essas sinalizações. Essas referências são muito importantes quando, por exemplo, existam conflitos entre os usuários, ou no caso de algum usuário comparecer alcoolizado à entrevista. O profissional é que vai decidir, de maneira ética, o que deve ou não ser registrado.

BREVE HISTÓRICO DO CASO
A parte descritiva da problemática vem logo após a apresentação dos dados concretos e das formalidades inerentes ao destinatário. O breve histórico do caso pode ter como título a palavra “descrição” ou “histórico”, acompanhado é claro da palavra “breve”. Não se trata de um conto literário, mas sim de um panorama situacional.
Pode haver situações em que iniciem as análises diretamente, sem fazer referências à história em si, pois “os relatos concernentes ao histórico de vida deixaram perceber”.

ANÁLISES
As análises vêm após a introdução, enfocando os aspectos relacionais e sociofamiliares, conforme a área de competência do profissional responsável, e é claro, do objetivo da avaliação.

CONCLUSÃO E SUGESTÕES
A conclusão contém considerações sobre o que foi analisado no corpo do texto, podendo ser breve; não é determinista e resulta num parecer técnico. A conclusão reflete impressões e observações de um determinado ponto de vista de um conhecimento específico, em um determinado momento e em dadas circunstâncias.


BIBLIOGRAFIA:

MAGALHÃES, Selma Marques. Avaliação e linguagem: relatórios, laudos, pareceres. São Paulo, Veras Editora, 2003. Cap. 4: p. 47 – 70; Cap.5: p. 71 – 84.

Fonte:Blog Um novo olhar sobre o serviço social

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